Godzilla

Infelizmente, a referência mais forte sobre Godzilla que esta blogueira possuía até hoje era o filme "estadunidense" de 1998. Referência que, obviamente, não faz jus ao mais famoso dos kaijus. Sim, eu tinha conhecimento dos longas originais japoneses, mas infelizmente não são o tipo de produção que passa na Sessão da Tarde, ou que se encontre em uma locadora de bairro. Logo, é de se animar quando uma nova produção surge, e apesar de "estadunidense" promete ser mais respeitosa com o monstro original.

A curiosidade sem moderação, combinada com um acidente e testes nucleares despertam criaturas gigantes adormecidas nas profundezas, entre elas o Godzilla. Simples assim! O argumento troca a metáfora do medo causado pelas bombas nucleares, por um "acidente" de mesma natureza. Tentando mostrar como o protagonista surgiria, e como a humanidade reagiria nos dias de hoje.

Sacada inteligente, é inciar o filme com uma teoria de conspiração, que liga possíveis aparições do monstros na década de 1950, com os testes nucleares realizados na época. Dessa forma soa quase como uma "sequencia" das produções japonesas, e coloca a existência do monstro sob um novo ponto de vista.

A partir daí, o filme se divide entre seguir a ação dos militares e dos "pesquisadores descuidados" em relação aos monstros, nucelo onde está Ken Watanabe. E o filho do cientista desacreditado (Bryan Cranston) que previu a catástrofe, vivido por Aaron Taylor-Johnson (o Kick-Ass). É aqui que o filme tem suas falhas apostando demais nas coincidências (sério que os monstros escolhem a mesma escala que o jovem protagonista?), e abusando da revelação gradual (e excessivamente lenta) do personagem título. Em certo momento o cineasta literalmente fecha as portas em 3D na cara do expectador animado achando que finalmente teria um vislumbre mais detalhado do monstro.


Ainda assim, mesmo quando parcialmente visto, o Godzilla empolga pelo visual e pelas boas sequencias de luta/ação, que protagonista. O que atente as expectativas do expectador consciente de que comprara ingresso para um filme de monstros gigantes. Assistir os monstros destruindo tudo é incrivelmente divertido, apesar de toda a catástrofe humana envolvida.

Pensando dessa forma a "entidade" Godzilla, neste longa perde e muito o peso que tinha quando fora criada. Era uma metáfora para o horror causado pelas bombas de Hiroshima e Nagasaki. Entretanto, não acredito que nenhum remake, nunca terá o mesmo peso e importância do original de 1954. É outra época, outro mundo, outro público. Neste caso fico satisfeita que a produção ao menos faça jus aos filmes de kaijus, gênero genuinamente japonês que nasceu com o "Gojira" (é assim que o monstro é chamado em japonês, e Ken Watanabe fez questão de usar esta pronúncia durante toda a película).

Falta espaço para desenvolver personagens interessantes Elizabeth Olsen, por exemplo é apenas face para seguirmos quando o monstro chegar no local onde ela está. Já Johnson encarna o tipico soldado especialista em bombas, apenas para você ter certeza que de haverá uma no clímax. Enquanto o excelente Watanabe, serve para explicar o que está acontecendo. Á exceção é o personagem de Cranston que, infelizmente, tem pouco tempo de tela.

Um começo inteligente, personagens rasos e um final empolgante porém previsível, afinal ainda é um blockbuster. No final, o diretor Gareth Edwards entrega um filme divertido, que não será um clássico, mas também não envergonhará ninguém como a produção de 1998. E talvez apresente a criatura, e seus filmes originais a uma nova geração.

Godzilla
EUA - 2014 - 123 minutos
Ação

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