Sobre os 50 anos da Globo...

Passei a semana em um dilema: escrever ou não sobre as 5 décadas da Globo? E, se sim, escrever sobre o que? De fato, faz muito tempo que não escrevo sobre TV aberta em geral, e por um simples motivo: tenho cada vez menos tempo e paciência para ela. Com mais canais à disposição, serviço de streaming, não dá para assistir tudo. E quando passei a selecionar o que "dava tempo" de ver a TV aberta saiu perdendo.

Mas é impossível escapar completamente delas, especialmente da gigante do plim-plim. Defeitos e alegações de ódio à parte todo mundo um dia assistiu ou assistirá Globo. Fazer o que?! A maioria da população ainda não tem acesso à TV  paga (que também tem muitos defeitos), e o sinal da Globo aparentemente tem o maior alcance, literal e metaforicamente falando.

Então falemos sobre a aniversariante...

Afinal, ainda assisto um jornal ou outro, dou aquela espiada no Vídeo-Show, e paro para ver aquela cena polêmica de novela que todo mundo está falando. E não há nenhum problema nisso. Afinal não se trata do que se assiste, mas de como se assiste.

Pensar no que está sendo transmitido, seus motivos e implicações. Nisso chego ser exagerada ao ponto de ser irritante (sério! Meu pai manda eu parar de exigir demais.). A Globo seleciona de forma tendenciosa o que transmite? Provavelmente em muitas ocasiões. Manipula as massas? Sim, mas apenas porque as pessoas não aprenderam a pensar no que assistem (seja lá de quem for a culpa!). - Novela é entretenimento, apenas isso! Jornal é autoridade, se está nele é a verdade absoluta! - atire a primeira pedra quem nunca pensou assim, ou conhece alguém que ainda pensa.

Por outro lado, mesmo quem já aprendeu a pensar o que assiste, tendo escolhido ou não abandonar a emissora, começou a pensar TV com ela. Posso afirmar por experiência própria. Aprendi a ouvir histórias com as novelas (sério vi muitas). Comecei a exigir mais, quando tive idade para companhar as minisséries. Houve uma época que séries semanais tinham espaço no canal, e também havia lugar para programação infantil com produtos incríveis como a TV Colosso.

E sim, eles alcançaram um alto padrão de produção mesmo, com programas que não são tão bons. Na humilde opinião desta blogueira, o programa da Regina Casé, é uma bagunça altamente preconceituosa, mesmo assim eles conseguem transmitir muito bem a "diversão do caos". O BBB já deu o que tinha que dar, mas as instalações e o sistema de vigilância são os melhores do mundo. E que beleza é o perfeccionismo nas produções de época.

E claro, que ainda acertam em outros aspectos também. Vez ou outra tentam inovar. Trazer formatos diferentes, que às vezes dão certo. Abrir espaço para discussão de temas polêmicos, mesmo que de forma equivocada. Aí cabe a cada expectador e seus gostos particulares, selecionar o que acompanhar.

E voltamos  a falar do expectador!!! Há quem odeie por motivos políticos e ideológicos. Ou mesmo porque acredite que todos, absolutamente todos que trabalham ali, da estrela da novela à moça da limpeza fazem parte de uma seita satânica (é sério, já ouvi isso). Tem quem concorde com tudo, e acompanhe toda a programação empolgado. E tem aqueles que não tomam partido. Eu admito, que fico em cima do muto, nutrindo uma saudável relação de amor e ódio. A mente está aberta, mas o pensamento crítico afiado (eu acho).

A Globo tem muitos defeitos sim, e também qualidades, características que se alternam ao longo destas 5 décadas. O que a maioria precisa se lembrar, mas parece sempre esquecer, é o seguinte: o poder é do expectador. Veja, analise, selecione! Se não concordar mude de canal ou desligue a TV.

Logo, o resultado deste confuso texto "quase comemorativo" sobre os 50 anos da Rede Globo é: não importa se é um veículo exemplar (não existe isso), ou um mal necessário. A emissora tem sua função, no quadro cultural, social e político do país. E nós expectadores temos a nossa. Então exerça!

Olhe bem, preste atenção, e decida por conta própria o que tem a ver com você!!!

P.S.: Curti mais as comemorações de 35 anos que estas de meia década. Mas isso é assunto para outro post!

2 Comentários

  1. O padrão de qualidade que você cita é elevado na parte técnica, mas o conteúdo dos programas, sejam eles novelas, jornais ou auditório, são péssimos e atendem interesses apenas da emissora, que visa o seu lucro e de seus patrocinadores.

    O público é apenas o consumidor tratado como massa de manobra.

    Na minha opinião, não há o que comemorar nestes cinquenta anos, mas sim muito a lamentar.

    Abraço

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  2. Compreendo eu ponto de vista Hugo, mas eu seria uma hipócrita se afirmasse que odeio todo o conteúdo da emissora.

    Já tiveram programas que realmente gostei, e certamente haverão outros. Agora, se eu vou conseguir tirar realmente algo produtivo do conteúdo, ou estarei no montante de massa de manobra, só o tempo vai me dizer.

    No momento gosto de acreditar, que seleciono e "penso" tudo que assisto. Espero não estar equivocada...

    Valeu pela visita
    Abs!!!

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