O Exterminador do Futuro: Gênesis

Os Ministérios da Nerdice e Cinefilia advertem: é provável que você saia da sessão de O Exterminador do Futuro: Gênesis, com sentimentos conflitantes em relação ao filme. Se por um lado, você vai ser abraçado pela nostalgia de rever o T-800 de Arnold Schwarzenegger de volta à tela grande. Por outro alguns minutos de análise, vão te deixar a sensação de que algo não está correto.

Seguir a fórmula adotada pela franquia Star Trek de usar realidades alternivas para criar um produto que não é remake, ou sequencia, mas faz parte do mesmo universo parece a escolha mais acertada para a franquia. Especialmente se considerarmos que viagem no tempo já fazia parte de seus temas principais. Entretanto confundir homenagem, com repetição, e o risco eminente de complexidade vazia inerente a que qualquer roteiro que envolva viagem no tempo, são ameaças presentes.

Caso você não tenha visto o trailer que entrega tudo. Neste longa, finalmente descobrimos como foi a grande batalha que a resistência empenhou antes de enviar Kyle Reese (Jai Courtney) de volta no tempo, para salvar Sarah Connor (Emilia 'Khaleesi' Clarke) do T-800 enviado pelas máquinas.

Entretanto a mocinha que Kyle encontra está longe da "garçonete frágil" a ser salva que ele foi instruído a salvar. Sarah não apenas é treinada em combate, como sabe tudo sobre a futura rebelião das máquinas. Ela foi criada por um T-800 modificado, que a salvou ainda menina do T-1000 (o de metal liquido), que matou seus pais.

A partir daqui, o filme segue novos rumos sem deixar de fazer referências e homenagem aos dois primeiros filmes da série (o terceiro e o quarto são descartados). Inclua aqui, antigos exterminadores, novos modelos e muitas reviravoltas. Muitas, mesmo ao ponto de o filme precisar se explicar de vez em sempre. O que é uma pena, pois muitas vezes a ausência de conhecimento é mais coerente e eficiente. Afinal você não precisava saber como reprogramaram o T-800 em O Julgamento Final. Ele mudou de lado e pronto!

E por falar no personagem de Schwarzenegger, é ele o responsável pelos bons momentos do filme. Seja através da sua bem feita versão jovem em CGI, ou na bem humorada versão velha (mas não obsoleta), que ainda tenta se comportar de forma mais humana, e nutre uma complexa relação paterna com Sarah. Visivelmente confortável, e se divertindo com o papel, ele pode não ser o centro das atenções, mas de longe é o melhor do filme.

Aliais, são as lutas corpo-a-corpo entre ele e outros exterminadores as únicas sequencias de ação que se destacam. As perseguições protagonizada pelos, humanos e veículos, soam genéricas, impossíveis, e alguns momentos abusam da suspensão de descrença do expectador.

Quanto aos outros menbros do Emilia Clarke e Jai Courtney desempenham bem o clichê de casal romântico que briga. Jason Clarke cria um John Connor caricato. Enquanto J.K. Simmons e e Matt Smith fazem participações pequenas, provavelmente inclusas aqui para crescerem nas continuações. Sim, há planos para mais dois filmes.

Colocando tudo na balança O Exterminador do Futuro: Gênesis, tem um argumento rico, mas se perde na liberdade narrativa que ele cria. E acaba deixando de lado questões interessantes, para abrir espaço para "reviravoltas impactantes" (nem tanto), e suas consequentes explicações. Também deixa propositalmente  em aberto, as condições em que a realidade alternativa foi criada e suas consequências. Quem enviou os exterminadores antes da hora, e alterou a linha temporal? E o que muda no futuro por causa disso?

A seu favor o longa, tem o humor acertado, o carisma de Schwarzenegger e o fator nostalgia. Sim, você vai se divertir bastante, mas não tente analisar muito.

O Exterminador do Futuro: Gênesis (Terminator: Genisys)
EUA - 2015 - 126min
Ação/Ficção ciêntifica


Leia a resenha de O Exterminador do Futuro: A Salvação

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