Guardiões da Galáxia Vol.2

O primeiro filme foi uma aposta alta, mas Guardiões da Galáxia tirou a sorte grande e acertou não apenas ao apresentar personagens pouco conhecidos, mas em transformá-los em ícones adorados instantaneamente. Com o sucesso da primeira empreitada, o volume 2 chega aos cinemas com uma única obrigação, desenvolver seus personagens e universo.

Agora conhecidos como Guardiões da Galaxia, Peter Quill (Chris Pratt), Gamora (Zoë Saldana), Rocket Raccoon (Bradley Cooper), Groot (Vin Diesel, inclusive na versão dublada) e Drax (Dave Bautista), são mais que uma equipe que atravessa o universo para protegê-los. Eles se tornaram uma família, disfuncional, não tradicional e cheia das inseguranças e dúvidas de uma família recém-formada. É esta temática familiar que guia a trama, seja com conflitos entre esta nova família, seja através da busca da paternidade de Quill ou da conturbada relação entre as irmãs Gamorra e Nebula (Karen Gillan).

Mas não se engane, não é porque consegue espaço para discutir as relações entre os personagens, que a produção deixa de ser a aventura exagerada e cheia de bom humor que arrebatou os cinemas em 2014. É verdade, há respiros maiores entre as cenas de ação se comparado ao primeiro filme. Essas pausas no entanto, são muito bem situadas para o desenvolvimento da trama. Assim, como as piadas e até a trilha sonora, tudo é bem pensado e tem sua função no quadro maior. Nada é gratuito. O resultado é um roteiro coeso em um universo e tom particulares, que já viraram característica desta vertente do universo cinemático da Marvel.

Entre as novidades, Kurt Russel cria um personagem marcante ao encarnar Ego. Enquanto Sylverster Stallone surpreende pela naturalidade com que se insere neste universo colorido. Elizabeth Debicki apresenta uma nova raça alienígena importante para este universo, com a soberana dourada Ayesha. E Pom Klementieff, diverte como a ingênua Mantis e sem perder o tom das piadas, especialmente aquelas compartilhadas com o Drax. 

O filme ainda traz de volta o mercenário Yondu (Michael Rooker), que roubou as cenas em que apareceu no primeiro longa, e o faz novamente no Vol 2, onde ganha mais importância. O mesmo vale para a irritada Nebula (Nebulosa na versão dublada)
.
Para quem está curioso: sim, Groot ainda é um bebê, adorável e insano. Afinal toda boa família precisa de uma criança com que todos se preocupem - inclusive os expectadores. Já Rocket tem que aprender a não ser mais um lobo solitário. Peter e Gamorra ainda tem aqueles assuntos inacabados desde o filme anterior.

Tudo isso só é possível, pois o filme não tem a obrigação de conectar grandes detalhes do universo Marvel. É claro que ele está inserido no universo, seus personagens devem aparecer nos próximos longas dos Vingadores, mas o filme não está preso a estas narrativas futuras. Esta bem vinda "liberdade" permite que o filme abrace e aprofunde o universo louco desbocado e colorido que apresentou no primeiro longa. Sem deixar de lado easter-eggs, e referências - do universo Marvel e da cultura pop - suficientes para agradar até os fãs mais exigentes.
O design de produção aposta ainda mais nas cores e diversidade, sem perder a qualidade e ainda mesclando de forma convincente CGI e maquiagem. O 3D não é indispensável, mas é sempre eficiente em filmes no espaço, com lugares fantásticos e muitas cores. A trilha sonora, saída direta do "Awesome Mix Tape vol 2", deixada pela mãe de Quill no primeiro filme, é escolhida a dedo, para acrescentar à narrativa e ainda ser recheada de bons clássicos.

Guardiões da Galáxia Vol.2, na verdade tem apenas um grande desafio: ser tão eficiente quanto o longa original, mantendo o tom anárquico, louco e coeso apesar de tudo. A produção acerta em cheio ao desacelerar a ação em prol dos personagens. Se ainda não gostávamos de algum deles, isto acaba neste filme, que é acima de tudo divertido!

Guardiões da Galáxia Vol.2 (Guardians of the Galaxy vol. 2)
2017 - EUA - 137min
Aventura/Ficção-cientifica

P.S.: Não saia antes do fim dos créditos, o longa tem nada menos que CINCO cenas pós créditos! E claro, procure por Stan Lee, como sempre.

Leia a crítica do primeiro Guardiões da Galaxia

2 Comentários

  1. O filme não esteja livre de problemas, a maioria deles envolvendo o excesso de piadas infantilizadas dentro do ato inicial, James Gunn se consolida como o diretor mais criativo sob a chancela da Marvel Studios ao entregar uma ópera espacial pop e estilosa, acho que é um dos melhores filmes Zoe Saldana, sendo sincera eu acho que a sua atuação é extraordinário, em minha opinião é a atriz mais completa da sua geração, mas infelizmente não é reconhecida como se deve.

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  2. As piadinhas infantilizadas fazem parte do estilo de Guardiões, até pq eles pretendem vender bonequinhos para as crianças. Já a Zoe não se preocupe, aos poucos ela vai conquistar seu espaço!

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