Orange is the New Black - 5ª temporada

Por mais que tenha alguns problemas de ritmo, é indiscutível que a quarta temporada de Orange is the New Black é a mais densa, interessante e urgente desde a estreia da série da Netflix. Bem como, seu clímax criou o mais aflitivo cliffhanger que se podia imaginar. Como superar a expectativa alimentada durante um ano inteiro, sob uma eminente rebelião causada pela morte de uma personagem querida? Seguir em frente, sem medo de arriscar.

E a primeira escolha arriscada foi situar toda a quinta temporada da série durante a rebelião, um período de cerca de 72 horas apenas. Um desafio de continuidade e ritmo. Para isso assumiram de vez que Piper (Taylor Schilling) não é, nem precisa ser, uma protagonista solo. Nem mesmo estar envolvida, ou presente quando coisas importantes acontecem. Deixando o protagonismo para as outras personagens bem construídas ao longo dos anos anteriores.

Dessa vez a bola ficou com as "Latinas", já que Dayanara (Dascha Polanco) que terminou com a arma e com o cliffhanger nas maos no ano anterior. E as "Negras", grupo do qual fazia parte Poussey (Samira Wiley) cuja morte causada por um guarda foi o estopim para a revolta.

O núcleo latino divide bem as atenções entre várias personagens, com foco em Gloria (Selenis Leyva), Maria (Jessica Pimentel) e Dayanara. Cada uma tentando resolver seus dilemas e alcançar seus interesses em meio ao caos da rebelião. Enquanto Taystee (Danielle Brooks) encabeça o grupo das negras, assumindo o papel de melhor amiga de luto em busca por justiça na primeira metade da temporada, e se tornando uma articuladora em prol de todas mais para o final da trama. Sempre acompanhada de Cindy (Adrienne C. Moore), Janae (Vicky Jeudy) e Alison (Amanda Stephen), estas duas ultimas protagonistas de alguns dos flashbacks mais interessantes deste ano.

Seja nestes flashbacks, ou em discursos diretos, a série continua à fazer críticas a sociedade. Em alguns momentos falando de velhos e conhecidos problemas como discriminação, abuso de poder, impunidade, condições sub-humanas. Em outros pontuando casos reais de mortes causadas por policiais imprudentes nos estados unidos.

Red (Kate Mulgrew) e Frieda (Dale Soules), também ganham novos backgrounds. Assim como o "guarda malvado" Piscatella (Brad William Henke), que se revela muito mais problemático e complexo que detentas e expectadores poderiam imaginar. Entre os que perderam espaço, Sophia Burset aparece cada vez menos, provavelmente por causa da agenda ocupada de sua intérprete, Laverne Cox. Já Suzane "Crazy Eyes" (Uzo Aduba) parece propositalmente apagada nos primeiros episódios, mas volta a roubar a cena no a partir da metade da temporada.

Enquanto latinas e negras tocam a rebelião. Piper e Vause (Laura Prepon)brincam de casinha, literalmente. A dupla vira o "casal da vez", com a loira se envolvendo vez ou outra nos assuntos da prisão apenas para marcar presença. Brook (Kimiko Glenn) precisa lidar com o luto por sua namorada. Enquanto as outras detentas conhecidas lidam com suas neuras, dilemas e objetivos. Entre os guardas além de Piscatella, apenas Joe Caputo (Nick Sandow), tem o que fazer. Os mais atentos, vão perceber que embora ele seja completamente incompetente, o administrador realmente conhece a prisão, suas detentas e até se importa com elas.

Mas não é só de drama, engajamento e ativismo que vivem as detentas de Litchfield. A série tem uma tradição de tratar assuntos com bom humor. Parte do alívio cômico fica por conta das drogadas sem noção Leanne (Emma Myles) e Angie (Julie Lake), a grande bola fora da temporada. Embora consigam aumentar o caos em alguns momentos, o tempo dedicado à dupla parece arrastado e suas ações não levam à lugar algum, criando momento dispensáveis. A outra dupla responsável pelos bons momentos formada por Flaca (Jackie Cruz) e Maritza (Diane Guerrero) funciona muito melhor. Carismáticas e irresponsáveis o ship “Flaritza”, ainda encontra espaço para fazer uma crítica à exposição na internet, enquanto diverte com seu canal no YouTube.


Tudo isso, em cerca de três dias de muita incerteza, loucura e negociações. Culminando novamente em um clímax que afeta todos os personagens. O finale não é tão emotivo quanto a morte de Poussey, mas deixa mais um tenso grancho para a já confirmada sexta temporada.

Se o quarto ano de Orange is the New Black, foi o de sentimentos mais exacerbados. A quinta temporada é aquela que vai gerar grandes consequências para o próximo ano das detentas de Litchfield, isso se a penitenciária continuar existindo como conhecemos!

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