Frozen - Uma Aventura Congelante

Admito, demorei para ver Frozen - Uma Aventura Congelante. Em parte, pela campanha publicitária tradicional da Disney, que inclui video-clipes com estrelinhas teens. Em parte, pela algazarra sobre a dublagem de certo humorista em faze de de overdose de exposição. Pareceu mais do mesmo. E saber que sairíamos para o calor de 50º após visitar um mundo congelado também não ajuda em nada. Que bom, eu estava redondamente enganada!

Sim, é um filme de Princesas da Disney. Nada mais tradicional já que as donzelas reais são protagonistas desde o primeiro longa do estúdio. Felizmente, não se fazem mais princesas como antigamente, e essas duas (sim duas), sabem que os tempos, e as crianças são outras.

Elsa nasceu com poder (ou seria maldição) de criar gelo. Poder que se mostra bastante divertido, até que acidentalmente sua irmã caçula Ana se machuca. Para sobreviver a menina tem sua memória apagada. Enquanto Elsa passa a viver reclusa, temendo machucar mais alguém. Mas chega o momento de sua coroação e a princesa perde o controle, assusta todo o reino, condena Arendelle à um rigoroso inverno e foge. Cabe a Ana enfrentar o frio e buscar a irmã.

Sim, Ana vai sozinha, mesmo tendo um príncipe à disposição. Enquanto Elsa, maior vítima de seus poderes, passa a ser a antagonista da trama, mesmo não sendo uma vilã. Moças bem complexas e inspiradoras que suas clássicas antecessoras, que só precisavam esperar o resgate do "amor verdadeiro" do príncipe. O conceito de "amor verdadeiro", alais é outras dos clichês Disney, que o longa apresenta, apenas para subverter mais tarde. Mostrando que existem muitas formas deste mágico sentimento, além da devoção cega ao moço em um cavalo branco.

Se as personagens principais são realistas e complexas, tradicionalmente os coadjuvantes são cômicos. Assim temos o bom moço Kristoff e sua rena antropomorfizada, Sven. E o boneco de neve apaixonado por calor Olaf, que felizmente não foi prejudicado pela voz de Fábio Porchat na dublagem.

Tudo isso pontuado pelas tradicionais canções, que além de belas e divertidas ajudam a avançar na história. Seja para apresentar um personagem cômico, ou para explicar os confusos sentimentos de medo, liberdade e solidão de uma das princesas. Aliais, foi este último exemplo, a canção "Let It Go" que me convenceu a dar uma chance ao longa. Candidata ao Oscar, a Disney liberou a sequencia da canção na íntegra no YouTube.

Impecável, faltou apenas um pouco mais de espaço para os mágicos e misteriosos Trolls apresentarem sua importância. O mesmo acontece para a súbita, embora criativa, solução para os problemas de Elza. Nada que prejudique demais a divertida aventura.

Cheiro de reviravoltas e subvertendo as normas Frozen é um clássico do estúdio. Divertido, visualmente deslumbrante, inusitado, porém coerente com seu tempo. Precisava apenas de uma publicidade mais original. Mas, valeu a surpresa, a ponto de ficar feliz por estar errada!

Frozen - Uma Aventura Congelante (Frozen)
EUA - 2013 - 85 min.
Animação / Musical

Assista à sequencia "Let It Go", e surpreenda-se também:

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