Bienal do Livro 2017

É segunda-feira pós-Bienal do livro do Rio, hora do balanço da mais recente edição do evento. Algumas coisas mudaram, mas ainda falta muito para o evento surpreender.

Se você é um frequentador comum do evento sua jornada provavelmente começa no BRT. As obras para sua implementação que enlameara a edição 2015 finalmente acabaram e o acesso via transporte público foi aprimorado, mas não muito. Novamente parece que faltou fazer a estimativa de público. Indo ou voltando a quantidade de ônibus não era suficiente, e já chegavam lotados na maioria das estações. Desencontros, empurra-empurra, desconforto e alguns hematomas eram inevitáveis. A identificação dos veículos e as orientações nas estações também eram confusas para quem não está habituado com o sistema e suas linhas.

O equivoco de cálculo espaço-vs-pessoas continua na bilheteria. Quem não garantiu o ingresso antecipadamente pela internet torrou ao sol por bastante tempo nas filas.

Lá dentro algumas novidades. O Espaço Geek trouxe atrações inéditas para o publico nerd. Além de ser mais uma opção de painéis, entre os disputados e pouco espaçosos que já existem. Porque não criam espaços maiores? Mesmo o novo espaço não deu conta do público e algumas das atrações precisaram mudar de local.

Muitos estandes investiram um pouco mais em iteratividade ao invés de serem apenas enormes lojas. Além dos encontros com autores, cenários para fotos (inclua uma profusão  de tronos de ferro), atrações diversas e até uma roleta de descontos eu vi por lá. Infelizmente, por mais deslumbrante que o stand da Rocco fosse, era impossível admirá-lo por completo graças à aglomeração de pessoas.

Sem querer ser a chata - más já sendo - o espaço ainda é insuficiente para o público e a organização deixa a desejar. Mas, não vou me estender demais a discussão, caso queira saber mais releia o texto da edição de 2015, os problemas são os mesmos.  Prova disso foi o furto de 30 livros que pouca gente noticiou, mas que não deve ter sido o único, já que era fácil subtrair volumes dos estandes abarrotados e mesmo entrar no evento sem pagar. Não concordo com a máxima que diz que "a ocasião faz o ladrão" (isso depende do carater), mas não precisamos facilitar pra eles, não é mesmo?

Ao menos o balanços de livros foi melhor que da edição anterior onde saí apenas com um título!
De volta ao que interessa, os livros. Promoções pontuais ou reservadas ás tradicionais gondolas de "achados", a maioria no pavilhão laranja. Cada vez mais o evento é uma excelente opção para caçadores de relíquias e autógrafos (este ano fora mais de 300 autores), e uma escolha ruim para que resolve esperar a "festa literária" para comprar aquele título desejado, a maioria está com melhor preço fora dali. Felizmente muitos autores estavam disponíveis para aquele encontro mágico que nos faz esquecer dos reais a mais, desde que você tivesse paciência para esperar nas longas filas.

Quanto ao público só tenho duas observações: melhor ficar atento onde anda, e por mais que sentar no carpete seja uma tradição, fazer isso no meio do caminho não é uma boa ideia. Recado dado só resta chamar os amantes de livros para continuar frequentando o evento, mas também exigir melhoras. Amamos a Bienal do Livro, mas ele precisa e tem capacidade de ser um evento melhor. - #EternamenteNaTorcida!

A Bienal Internacional do Livro do Rio aconteceu entre 31 de agosto e 10 de setembro no Riocentro. Atualmente na 18ª edição, bateu recorde de público recebendo 680 mil visitantes.

Leia sobre as edições anteriores!

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