The Cloverfield Paradox

Uma das melhores surpresas de Rua Cloverfield, 10 (2016), foi descobrir que a franquia que nasceu com um filme found-footage de monstro gigante, Cloverfield - Monstro (2008), não estaria presa a um gênero específico. As duas primeiras produções tem gêneros e tons completamente distintos e são eficientes e criativos, cada um em sua proposta. The Cloverfield Paradox, mantém a ideia de ser uma produção independente das histórias anteriores, mas falha em trazer algo novo e que cative o espectador.

Em um futuro não muito diferente de nossa realidade, o planeta enfrenta uma crise energética que coloca a humanidade em conflito iminente. Em uma tentativa de encontrar uma solução para o problema, um grupo de cientistas vai para a estação espacial Cloverfield testar um mega-acelerador de partículas. Uma tecnologia poderosa e perigosa, que claro, fornece resultados inesperados.

Vou admitir, eu bem que achei engraçado quando tudo deu errado e coisas absurdas começam a acontecer com a tripulação. O problema é que não era para ser divertido, mas tenso. Assim como mesmo as loucuras, deveriam fazer sentido dentro do universo que é proposto. Paradox lança algumas boas idéias, mas se perde no desenvolvimento, opta por caminhos previsíveis, e deixa uma infinidades de pontas soltas. E se tentar entender como um braço tem ciência de informações aleatórias não for preocupação para você, ignorar astronautas saltando, e caindo, onde não deveria haver gravidade, deve ser mais difícil.

Os absurdos e falhas poderiam até ser tolerados, se conseguíssemos nos importar com os personagens. Um grupo de pessoas genéricas, vividas por um grupo de atores competentes mas que não tem muito com o que trabalhar. Mesmo a protagonista, Hamilton (Gugu Mbatha-Raw), que tem um arco dramático que vai além da trama na estação espacial, fica na superfície. Seu dilema é jogado na tela, apenas para servir as viradas previsíveis do clímax, antes de ser "solucionado" da forma simples, e óbvia.

E por falar na protagonista, é ela o elo com a narrativa alternativa. A jornada de seu marido na terra, durante o que parece ser os acontecimentos do primeiro filme, deveria servir de conexão com a franquia, mas é uma uma história paralela que não leva a lugar algum. Além de interromper inconvenientemente a fluência do primeiro longa.

Ao resto da tripulação/elenco composta por David Oyelowo, Daniel Brühl, John Ortiz, Chris O'Dowd, Aksel Hennie, Ziyi Zhang e Elizabeth Debicki resta ocupar os estereótipos tradicionais de filmes do gênero. O alemão, o russo e o "estadunidense" que tem conflitos, a chinesa que só fala em seu idioma, o médico (que é brasileiro), as personalidades suspeitas e por aí vai. O que atende bem às escolhas do roteiro, que apenas repete situações já vista em outras produções de ficção científica espacial.

The Cloverfield Paradox causou burburinho ao ser lançado de surpresa pela Netflix, mas não conseguiu sustentar a empolgação com seu formato previsível, trama confusa, personagens desinteressantes e pontas soltas. Tenta explicar alguns acontecimentos do "cloververse", mas apenas deixa tudo um pouco mais confuso (algumas vezes é melhor não explicar, viu!). No entanto, abre um precedente interessante para a franquia, universos paralelos. Conceito que pode tanto aprimorar, quanto afundar o universo, de acordo com a maneira que for utilizado. O jeito é esperar e torcer pelo melhor. A quarta produção da série Cloverfield Overlord! já foi anunciada.

The Cloverfield Paradox (The Cloverfield Paradox)
2018 - EUA - 102min
Ficção científica

Leia a crítica de Rua Cloverfield, 10

1 Comentários

  1. Olá! Obrigada por compartilhar. Você me inspirou para ver o filme e a série de novo. Pessoalmente vi porque eu gostei do elenco especialmente Elizabeth Debicki que fez um muito bom papel. Falar da atriz significa falar de uma grande atuação garantida, ela se compromete com os seus personagens e sempre deixa uma grande sensação ao espectador. O mesmo aconteceu com a produção, O Conto para mim um dos grandes filmes de Hollywood. Se vocês são amantes do trabalho da atriz este é um filme que não devem deixar de ver. É algo muito diferente ao que estávamos acostumados a ver.

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